O frentista Carlos Vinícius de Jesus, de 29 anos, desembarcou em Confins (MG) ao lado de outros 87 brasileiros deportados dos Estados Unidos. Natural de Belo Horizonte e morador de Vespasiano, na Região Metropolitana, ele tentou atravessar ilegalmente a fronteira americana há oito meses, com o sonho de proporcionar uma vida melhor para os dois filhos, de 9 e 8 anos.
“Vou ter que recomeçar do zero”, disse Carlos ao ainda abalado.
Carlos vendeu todos os bens que tinha – inclusive a casa e a moto – para juntar os 30 mil dólares necessários para a viagem, equivalente a mais de R$ 170 mil. Ele não contratou coiotes, mas traçou um percurso perigoso que o levou de Minas Gerais ao México, passando por São Paulo, Panamá e Guatemala.
“Andei a pé mais de oito horas dentro do mato. Depois atravessei um rio e fui preso”, relatou sobre a travessia em Tijuana, na fronteira com os Estados Unidos.
Preso em San Diego, na Califórnia, Carlos passou por condições que descreveu como degradantes. “A primeira etapa foram oito dias numa ‘sala do gelo’, onde o ar-condicionado fica muito forte. Fui preso que nem um cachorro. Lá eles não tratam ninguém bem. Eles são anti-imigrantes”.
Mesmo diante das dificuldades, o frentista manteve a fé. Usando uma camiseta com os dizeres “Ore, espere e confie”, ele afirmou que a oração o sustentou durante os momentos mais difíceis. “Nunca deixei de acreditar em Deus. Orava e confiava em Deus”, disse.
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